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BC começa a testar projetos de Real Digital - Consecti

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09 setembro 2022

BC começa a testar projetos de Real Digital

O Banco Central começou a fase de execução de projetos que envolvem casos de uso para uma moeda digital brasileira. Nove projetos foram selecionados no LIFT Challenge – Real Digital, que recebeu 43 propostas, algumas internacionais – Alemanha, Estados Unidos, Israel, México, Portugal, Reino Unido e Suécia.

Segundo o BC, o LIFT Challenge – Real Digital visa a identificar as características fundamentais de uma infraestrutura para o Real Digital. Essa infraestrutura poderá dar suporte aos casos de usos apresentados que estejam maduros e que tragam valor para a sociedade brasileira.

Os projetos de aplicações foram os mais variados, cobrindo o universo proposto na chamada dos trabalhos, com aplicações de entrega contra pagamento (DvP), pagamento contra pagamento (PvP), internet das coisas (IoT), finanças descentralizadas (DeFi) e soluções de pagamentos quando tanto o pagador quanto o recebedor se encontram sem acesso à internet (dual offline).

A realização do LIFT Challenge, convocando participantes já estabelecidos no mercado para discutir desafios tecnológicos enfrentados por nosso sistema financeiro, vem a complementar o ecossistema LIFT, que tem: i) no LIFT Learning, ações voltadas para educação e para propostas de inovação ainda em fase embrionária; ii) no LIFT Lab, foco em startups; e iii) no LIFT Talks, um canal permanente de debate com a sociedade.

Andre Siqueira, chefe de divisão no Departamento de Tecnologia da Informação do Banco Central, afirma que “o ecossistema LIFT é um importante componente no impulso à adoção de novas tecnologias e no desenvolvimento de novos e melhores serviços financeiros para a sociedade brasileira”.

“Com os testes que faremos no LIFT Challenge, várias questões serão esclarecidas, muitas sobre os usos da tecnologia do Real Digital, mas principalmente sobre as especificações tecnológicas da plataforma que servirá de suporte para as fases seguintes da iniciativa”, ressalta Fabio Araujo, coordenador da Iniciativa do Real Digital.

Os nove projetos de moeda digital são os seguintes:

A AAVE reúne recursos de vários poupadores (formando um pool de liquidez) com foco em oferecer empréstimos e garantir a aderência dessas operações às normas do sistema financeiro, empregando ferramentas de DeFi (finanças descentralizadas).

A proposta do Banco Santander trata de DvP (entrega contra pagamento) e da conversão para o formato digital (tokenização) do direito de propriedade de veículos e imóveis.

A Febraban trata de DvP de ativos financeiros, que necessitarão ter funcionalidades diretamente ligadas à arquitetura de operação do Real Digital.

A proposta apresentada pela Giesecke + Devrient, empresa com experiência no desenvolvimento e produção de tecnologias criptográficas voltadas a pagamentos, trata de pagamentos dual offline (pagador e recebedor sem acesso à rede).

O projeto do Itaú Unibanco trata de pagamentos internacionais, empregando método de PvP (pagamento contra pagamento) em uma aplicação com a Colômbia.

O Mercado Bitcoin se associou à Fundação CPQD e à Bitrust para trazer um caso de uso de DvP de ativos nativamente digitais, com foco em criptoativos. A proposta complementa as propostas do Santander e da Febraban, contribuindo com o leque de opções de potenciais ativos a serem negociados em uma plataforma baseada no Real Digital: ativos reais, ativos financeiros e criptoativos.

A proposta da Tecban combina elementos de DvP a uma solução de IoT (internet das coisas) para oferecer uma solução de logística, em um sistema potencialmente aberto de pagamentos e entrega, no qual diferentes plataformas de e-commerce poderão ter acesso a pontos seguros de entrega.

A associação da Vert à Digital Asset, com o suporte da Oliver Wyman, trata de financiamento rural baseado em um ativo tokenizado programável com valor atrelado ao do real (stablecoin do real).

Com o objetivo de garantir a fluidez e a adequada utilização de recursos de financiamento, a Visa, associada à Consensys e à Microsoft, traz uma proposta que busca demonstrar como uma plataforma de DeFi regulamentada pode ser projetada para permitir que PMEs brasileiras interajam com o mercado financeiro global para obter propostas de financiamentos competitivos, em uma plataforma aberta.

Esse portfólio de propostas se alinha às diretrizes do Real Digital e às ações da Agenda BC#. Ele permitirá que os participantes do LIFT Challenge – Real Digital e o Banco Central se deparem com as principais questões relevantes para a implantação do Real Digital, para debatê-las de forma a se aprofundarem em sua compreensão, amadurecerem modelos de negócio baseados nessa tecnologia e, assim, darem continuidade ao processo de criação de uma moeda digital que possa agregar funcionalidades a nossos sistemas de pagamento e liquidação, gerando benefícios para toda a sociedade.

Fonte: Convergência Digital com informações do Banco Central