O Ministério da Educação divulgou neste domingo (2) que o programa que oferece bolsas de estudos para estudantes de universidades públicas, o Ciências Sem Fronteiras, não acabou.
O colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, informou que o ministro da Educação, Mendonça Filho, havia decidido encerrar o programa para alunos de graduação após verificar que gastaria cerca de R$ 40 milhões para sustentar os alunos no exterior. O programa foi uma das iniciativas mais elogiadas durante o governo Dilma Rousseff.
De acordo com a coluna, a avaliação do MEC é que o programa “não trouxe resultados devido à deficiência em inglês dos brasileiros e à falta de diretrizes claras”.
O MEC esclareceu que a Capes mantém editais para bolsas de pós-graduação, como mestrado, doutorado e pós-doutorado e que abrirá cinco mil vagas neste ano. A nota ainda afirma que o CsF para graduação já havia se encerrado com o último edital de 2014, no governo de Dilma. O governo acrescenta que ainda há cerca de quatro mil bolsistas remanescentes deste edital no exterior e que eles estavam sem recursos.
“A atual gestão encontrou o programa com dívidas elevadas deixadas pelo governo anterior. A primeira e imediata providência da atual gestão foi garantir recursos financeiros para honrar os compromissos assumidos com os bolsistas no exterior, a fim de não prejudicá-los”, acrescentou a nota do ministério.
O MEC ainda afirma que foi feita uma avaliação em julho de 2016 sobre a modalidade de graduação e chegou à conclusão de que seria alto o custo para manter os alunos e atualmente discute “novas estratégias de internacionalização e ‘apoio à excelência nas universidades”.
Íntegra da nota (Fonte: MEC)
O Ciência Sem Fronteiras (CsF) está funcionando plenamente como programa de internacionalização para pós-graduação (mestrado, doutorado, pós-doutorado e atração de jovens cientistas). A CAPES mantém editais para bolsas de pós-graduação e pós-doutorado e estágio sênior no exterior. Em 2017, recebem bolsas cerca de 5 mil nestas categorias.
O CsF para graduação encerrou com o último edital de 2014, no Governo Dilma. Há bolsistas remanescentes deste edital no exterior e visitantes no Brasil. O número chega a 4 mil.
A atual gestão encontrou o programa com dívidas elevadas deixadas pelo governo anterior. Estudantes estavam no exterior sem recursos. A primeira e imediata providência da atual gestão foi garantir recursos financeiros para honrar os compromissos assumidos com os bolsistas no exterior, a fim de não prejudicá-los.
Em julho de 2016, após uma avaliação criteriosa da modalidade graduação, o MEC chegou à conclusão de que era alto o custo para manter os alunos estudando fora do país: eram 35 mil bolsistas de graduação a um custo médio no exterior de R$ 100 mil por ano, enquanto o custo anual da merenda escolar, por aluno, é de R$ 94. Só em 2015, o Ministério destinou R$ 3,7 bilhões para manter o Programa Ciência Sem Fronteiras – o mesmo valor investido na merenda escolar de 39 milhões de alunos da Educação Básica no país.
Diante desse quadro, o Ciência sem Fronteiras permaneceu com foco na pós-graduação. Atualmente, a Capes discute novas estratégias de internacionalização e apoio à excelência nas universidades.
Fonte: Huffpost Brasil