As experiências em biocombustíveis, certificação, incubação de empresas inovadoras desenvolvidas pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) vão ser repassadas para o estado do Acre, que busca a diversificação econômica e a atração de empresas de tecnologia. O estado quer criar cinco tecnoparques nas cinco cidades que receberam, recentemente, instalações do Instituto Federal do Acre (IFAC), e para isso veio em busca de tecnologia em vários estados do Sul e do Sudeste.
Com 80% do território composto por reserva de mata amazônica e população de apenas 800 mil habitantes, o Acre tem sua economia ainda muito limitada a atividades extrativistas, construção civil e frigoríficos. Nas últimas décadas, porém, passa por processo de organização institucional sedimentando as bases para o desenvolvimento tecnológico e social. A criação dos institutos em Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Tarauacá e Xapuri (cidade que ficou conhecida pela atuação de Chico Mendes) já alavancou os índices de educação do estado.
“Sem dúvida o Tecpar tem experiência, conhecimento e disposição para apoiar o IFAC e o estado do Acre nesse processo de desenvolvimento tecnológico e social”, afirma o secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal.
O diretor-presidente do Tecpar Júlio C. Felix destacou que as soluções tecnológicas do instituto transcendem as fronteiras do estado. Segundo ele, 60% da atividade do Tecpar atende o Paraná e 40% é voltado ao país como um todo (vacinas, kits diagnósticos de doenças, entre outros). “O Tecpar também atua em outros países da América Latina e Europa – diretamente ou por meio de parcerias – e também atua na Região Amazônica em atividades de certificação de produção orgânica e de manejo florestal”.
“A ideia é estabelecer parcerias e aproveitar o conhecimento acumulado do Tecpar e de outras instituições referência em tecnologia para poder queimar etapas e dar respostas mais rápidas às demandas do estado (Acre) atraindo empresas do setor de tecnologia da informação (TI), inovação, biotecnologia e produção de fármacos”, conta o reitor do IFAC, Marcelo Minghelle.
“Temos a maior biodiversidade do planeta mas ainda não estamos aproveitando. O caso do Óleo de Copaíba é um exemplo. Das 10 patentes que existem, nenhuma é brasileira”, explicou. “O Tecpar, por ser uma empresa pública, dotada de um espírito mais republicano, pode nos auxiliar neste processo de transformação do Acre, que sem dúvida, é estratégico do ponto de vista nacional”, afirmou Minghelle, lembrando que a construção de rodovias transformou o estado em importante ligação com o Oceano Pacífico.
Para a implantação dos tecnoparques no Acre, Felix disse acreditar que a incubadora é o primeiro passo, e segundo ele, o Tecpar pode emprestar sua experiência. “Nós temos a Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec) do Tecpar – uma das primeiras do Brasil, considerada por duas oportunidades a melhor do país e, atualmente, estamos envolvidos na constituição de três parques tecnológicos”, disse Felix.
Ele explicou que o campus do Tecpar no município de Jacarezinho está sendo transformado em parque tecnológico com o apoio da Intec. Já o campus no município de Araucária passa por reformas estruturais e vai abrigar um parque tecnológico da saúde. Em Maringá, o Tecpar recebeu em doação da prefeitura uma área dentro da recém constituída Cidade Industrial de Maringá (CIM) para apoiar a constituição de um parque tecnológico.
Fonte: SETI-PR